"A fábula é irresistível: depois de uma temporada a tentar fazer pela vida em bandas de que não reza a história, Justin Vernon viu a sorte virar-lhe as costas em todos os quadrantes de qualquer horóscopo que se preze. No trabalho, e depois de um par de discos, os seus DeYarmond Edison (!) chegavam ao fim; na saúde, o músico contraía mononucleose do fígado, e no amor o nosso herói separava-se da namorada. Desorientado, rumou a uma zona remota do estado de Wisconsin, do qual é natural, e assentou arraiais numa cabana construída pelo seu pai. «Fui para lá porque não sabia para onde é que havia de ir», esclareceu Bon Iver numa das entrevistas que se sucederam ao sucesso crítico de For Emma, Forever Ago. «Só sabia que queria estar sozinho, num sítio frio».
Quatro meses depois, nascia o primeiro álbum de Bon Iver (o nome surgiu-lhe quando via um episódio da série No Fim do Mundo, e é uma adaptação da expressão francesa «bon hiver», ou seja, «bom inverno») (ouviste Juba?!).
Talvez para compensar a solidão dos meses de gestação do disco, ao vivo Justin Vernon costuma pedir aos espectadores que o acompanhem na voz. «Não quero ser só um tipo a cantar com uma guitarra acústica, isso geralmente é uma seca. As canções precisam de 80 ou 500 pessoas a cantar, precisam dessa luta»."
na Blitz
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