Há que haver alguém para (desi)equilibrar as coisas. Boa barulheira tem passado pelas nossas salas, é verdade. E nem sempre são bandas que já cá moravam mas sim coisas que aparecem soltas, descontextualizadas, e isso é bom. Muito bom mesmo. Já para a erudição estão cá muitos. Para os sons certinhos, bem arranjados, aprumados, há outros que façam esse trabalho. Ou até eu um dia mas não enquanto esta onda lo-fi teimar em não me largar...
Foram de certeza muitas horas de garagem que vitalizaram este homónimo, que talvez só com um top 50 é que fosse lá. Embora o nome nos leve à praia a coisa não é bem assim. Dustin Payseur encara a coisa mais a sério e de maneira menos iluminada. Letras reflexivas, do aborrecedor dia-a-dia em que nem sempre se sabe o que fazer, o que sequer pensar, que por vezes não motiva - Lazy Day, Golden Age e Daydream.
As emoções adolescentes estão presentes em todas as caras de Beach Fossils, nem sempre muito coloridas ou seguras. As incertezas e o leave the city behind de Vacation ou Youth é coisa para muita gente daqui se rever. Um disco que mostra, por vezes, isso mesmo, alguns lanhos monocromáticos de rotina. Um lado mais dark. Mas é isso mesmo que nos faz interessar por ele. A voz que vem lá do fundo de uma sala, com ruído, afasta-nos lentamente, é mesmo a verdade e a apatia das letras que nos volta a aproximar. E bem. Eles são Beach Fossils. O primeiro som é Daydream, o segundo é Vacation.
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2 comentários:
adorei o post e gosto dos sons. Faz-me lembrar The Smiths nao sei pq. Acho que eh a nostalgia da voz
Eh "grande som" e, sem duvida, fora do circuito. O segundo som, alias, eh magnifico, especialmente para uma estrada vazia (como as nossas)
Eu curti, achei "Bom"!
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