Farewell Mike "The Streets" Skinner

Para alguém que não nasceu para cantar, e que, em sua defesa, também nunca tentou fingir, Mike Skinner define brilhantemente o paradoxo musical onde a sua ineptitude vocal é uma das suas maiores qualidades.

Quando tenta, cantar isto é, quase se nota no seu tom o quanto lhe é irrelevante saber, ou não, o que está a fazer. Gosto de acreditar que para ele não deve haver maior private joke que esta.

Mas a sua maior qualidade é sem dúvida a sua escrita. Um poeta perspicaz que distribui rimas geniais como o carteiro distribui correio e que tanto goza com pop-stars como conta como precisou de fé quando perdeu o pai (We never went to church, Just get on with work and sometimes things'll hurt, But it's hit me since you left us, And it's so hard not to search.). Ás vezes perco horas a ler letras atrás de letras dele.

A sua música é manifestamente particular e nem toda a gente gosta ou virá a gostar do que ele fez. Ninguém melhor que o próprio o define: "A piece of truth served up on a platter of pop culture. You may not be able to identify with some of it, but if you want to know what it's really like then this is it."

Esta semana The Streets despedem-se e eu despeço-me de uma das poucas pessoas que poderia rotular como ídolo. Peço desculpa por desrespeitar as regras que limitam os posts que nos são permitidos mas é uma pequena excepção para honrar este mito urbano, como diria o nosso amigo Sirocco.

Aqui vão algumas das músicas que, para mim, representam os primeiros quatro álbuns. Não será totalmente representativo mas também não vou abusar da minha sorte!

Turn The Page

Weak Become Heroes

You're Fit And You Know It

Dry Your Eyes Mate

The Escapist

Never Went To Church

http://the-streets.co.uk/