quarta-feira, 6 de abril de 2011

The Strokes - Taken For A Fool

Voltaram. Preocupados com o amadurecimento de First Impressions of Earth, deixaram que chegasse aos maduros cinco anos de idade para lhe dar um do mesmo sangue. Um estúdio em Nova Iorque aguardou pacientemente que Julian voltasse a casa e se deixasse de ameaças, enquanto os restantes elementos, depois de se perderem num longo hiato, a "brincar aos solos", lá ponderaram ir adiantando trabalho. E assim, os homens que há 10 anos atrás levaram o indie aos ouvidos das massas trouxeram em definitivo o tão aguardado álbum. Lá chegou. Já se conhecia a capa, já se conhecia Under Cover Of Darkness e Your'e So Right, já se sabia que o mundo iria abrir, escancaradamente, os seus ouvidos ao restante conjunto de 8 canções das quais não se sabia mais do que o nome.

Confesso que me deixei enganar pelo tema mais strokeano do alinhamento, precisamente o single - uma escolha que não é assim tão aleatória - e consequentemente o último melhor som do mês deste humilde espaço em que nos encontramos agora de copo na mão. E a minha tendência foi, ingénuamente, esperar qualquer coisa no seguimento de Is This It. Guardei uma hora sabática e desembrulhei-o com toda a calma, sem rasgar. Surpreendeu-me aquela viagem sudamericana a Macchu Picchu, onde se ouvem tropicalidades calientes a puxar para o reggae, assunto o qual nunca os tinha ouvido abordar. Ali, em Two Kinds Of Happiness, foi curioso ter encontrado uns eighties dos Blondie que tinha vasculhado umas semanas antes quando foram confirmados para o Alive. E se em You're So Right - talvez uma das que mais curti - e Games vocês encontram duas faixas bónus de Phrazes For The Young então estamos no mesmo caminho. O "cover" de Gratisfaction dos Rolling Stones não me fez render, já o Call Me Back, com verniz de Little Joy, não me engana: foi o Moretti que compôs aquela merda.

No meio de todas as impressões há Taken For A Fool. É, para mim, o barulhão deste Angles. O ponto alto que justifica a espera e faz desculpar as sucessivas (falsas) datas de lançamento que não se cumpriram. Há The Strokes presentes e reinventados. Depois de todas as ideias distintas que foram atiradas à parede, este faz acreditar que não foram só os discos a regressar mas sim eles próprios, que continuam cá e com rock para dar e vender.


2 comentários:

Morales disse...

De acordo. De longe o melhor.

Sim e o Call Me Back até parece deslocado de um álbum do Strokes. Não diria que tem verniz dos Little Joy pq isso é um bocado apaneleirado, mas diria que tem um aroma indisfarçável aos ritmos abrasileirados de Little Joy (igualmente apaneleirado não é?!) lol.

Kiko Pedreira disse...

Ca Grandá Som. (sim esperei 10 minutos para ver um filme de 4.03)