segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Real Estate

Os Real Estate já vieram à casa umas vezes, sempre trazidos por manucho. A verdade é que devia haver uma norma que obrigasse a que todos nós, sem excepção, os trouxéssemos cá pelo menos uma vez. Por dia. Poesia à parte: vozes de maresia e acordes ondulados, são a fórmula para um álbum quase que mono-faixa - pela sua coerência e unidade - que nos trás o verão aos phones. Days é um álbum de bairro, confortável, onde tudo convive em harmonia. Não há canções iguais nem canções diferentes, há sim melancolia sorridente, subtileza pop mal gravada mas a soar bem que se farta. O registo de 2011 com melhor clima vem corroborar o orgulho de caixão de George Harrison e provar que pode haver música bronzeada de sol. Mesmo no inverno.

Em dia de James Blake, Oh Land, Toro Y Moi, Lindstrom, When Saints Go Machine, Dead Combo ou Beat Connection na avenida de todas as liberdades, uma ZDB enchida, esgotada, aproveitava para absorver o vento quente desta gente de New Jersey. Gente essa com intento lo-fi bem sucedido e uma timidez psicadélica a privarem serenamente numa sala enquanto a música sai em conversa. De partida da Woodsist foram então acolhidos em 2011 pela Domino, residência de Arctic Monkeys, McCombs ou Wild Beasts, e pariram um excelente irmão mais novo do estreante de 2009. Veio mais coeso, mais confiante, e continuo a defender que os Real Estate deviam lançar vários discos ao ano, para termos o que ouvir sempre que metermos férias.

Next.


Sem comentários: