Joan As Police Woman é senhora para ser das duras. A quem a benevolência nem por isso diz muito. The Deep Field, o seu último LP, aitrou-a para um merecido patamar de consagradas singer-songwriters norte-americanas. Depois de já cá ter estado algumas vezes, quer no Porto quer em Lisboa, ontem foi-lhe proposto um formato único. Todo o seu carácter austero deixou-o para os lados de Conneticut. Apresentou-se vestida de semi-uniforme e trouxe-se tímida, frágil, despida de banda, a solo, ao piano e guitarra. Momentos que se podem dar graças seja a quem for por nos cairem nos braços. Ali, para 200 pessoas, abriu-nos portas à intimidade e mostrou uma vulnerabilidade nunca antes imaginada numa mulher com distintivo.
Infelizmente, nada disto são argumentos suficientemente fortes para que haja respeito por um artista. Por mais tamanho que tenha mostrado e por mais preenchido que estivesse o palco com as suas canções, houve quem tenha feito disso música ao vivo. Trata-se de um concerto, gente. Para ser ouvido com a atenção de um filme ou com a concentração de uma peça de teatro. Mas não. Smartphones ao alto para actualizar o status de Facebook e conversa sobre as férias. Para não falar de fanfarronices de engates que me impediam de estar com plena atenção à sublime performance de Joan Wasser. Uma puta duma falta de respeito. Não fosse o Lux uma discoteca com 3 pisos e não tivessem pessoas pago 15€ para assistir a uma actuação priveligiada que poucos terão oportunidade de conhecer. Cafés-concerto há muitos, por favor, frequentem-nos e deixem as salas para quem quer verdadeiramente lá estar sem o vosso burburinho desrespeitoso.
Um nojo, uma má educação. Ainda assim, respeito para muitas das pessoas que tiveram o cuidado de por os seus telefones no silêncio.
Um nojo, uma má educação. Ainda assim, respeito para muitas das pessoas que tiveram o cuidado de por os seus telefones no silêncio.
Sem comentários:
Enviar um comentário