sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Era uma vez uma banda do cacete.


Grandes histórias são aquelas que têm a relevância suficiente para serem lembradas e abordadas um dia mais tarde. Desde as noites de grandes bezanas até às enormes coincidências, passando pelas vezes que fomos parados em operações stop à simples queda repentina de um amigo, tudo o que nos faz sentir alguma coisa relevante é, um dia mais tarde, válido para ser recordado.

Hoje parei para ouvir Mechanical Bull, a nova "obra" de Kings of Leon, uma banda que sempre admirei, detentora de muitas dessas histórias, espalhadas pelos seus três primeiros álbuns.
Assistir ao declínio de uma banda que se gosta é o momento muito triste na vida de uma pessoa.
Começas a pensar com nostalgia nos bons momentos que já passaste com as histórias que a banda um dia te contou, vais até aquelas histórias médias que apenas são usadas quando não há assunto e acabas sem nada para dizer, sem contribuição a dar.

Os Kings of Leon foram, em tempos, o meu soundtrack diário. Os dias passados a ouvir míticas histórias como Fans, Milk ou Joe's Head, fazem parte de uma era musical bastante marcante na minha vida, onde tudo nesta banda era interessante. Cheguei a ir a segunda vez a Madrid, depois do cancelamento da primeira, só para os ver.

Mas o mercado da música pede mais.
Pede que a banda atinja mais pessoas, mesmo que para isso tenha de perder todo o seu DNA.
Hoje, os Kings of Leon já não são os Kings of Leon.
São apenas uma banda de rock comercial sem grandes histórias para contar.
E quem não tem histórias acaba por nunca mais ser recordado.

Sobram os fãs como eu e muitos outros, que têm boa memória musical e ainda conseguem recordar histórias antigas, prestes a virar Estórias.






.

3 comentários:

Duarte Mendonça disse...

Eu gosto imenso do ultimo album dos gajos!

Mecas disse...

É de facto uma pena é. Este album, segundo o baixista, é uma mistura de todos os albuns que já produziram. Consigo descortinar 2 ou 3 sons à antiga - "Don't Matter" por exemplo - com boas guitarradas e sem os "Oh ohh" dos Sex on Fire's e companhia. Mas depois, lá pelo meio, apanho com bocados de merda que até fico arrepiado. Mesmo continuando nesta onda ficará para sempre na minha memória os 3 primeiros albuns e isso para mim é que é Kings of Leon. Por isso quando afirmo que adoro KOL faço sempre questão de dizer que isto agora não é KOL, mas sim aquelas 3 obras primas iniciais a começar no Youth & Young Manhood

El Pintito disse...

Uma tristeza no que estes gajos se tornaram!
No outro dia também tive um KOL flashback e fui a procura de entrevistas dos gajos de quando ainda tocavam música. Encontrei esta do Caleb Followill, numa altura em que o pó que cheirava e o whisky que bebia ainda batiam bem naquela cabeça.

http://www.youtube.com/watch?v=uERB9EaTiAQ