LCD Soundsystem - Dance Yrself Clean

"fds lcd soundsystem 'dance yourself clean' ca granda som fds!"

Este foi o wake up call que me chegou há uns dias em forma de sms, proveniente de um dos homens desta casa (e cuja urgência e eloquência, está bem patente nos fds que "rodeiam" o alerta). Não vos vou dizer quem é. Posso-vos dizer que o seu nome começa com um "r" e acaba com um "óse mari". Agora puxem pela cabeça.

Pois é, This Is Happening já chegou, e o último (no duplo sentido de "mais recente" e "derradeiro") álbum dos LCD parece estar a ser calorosamente recebido pela crítica: "against his own prediction, it's far from horrible; it's actually pretty perfect."

James Murphy é, a meu ver, uma das personagens mais fascinantes do actual panorama musical. Naquele seu ar de tudo menos de músico quem acabou de acordar, tanto é capaz de fazer uma obra-prima como Sounds Of Silver, como no dia seguinte está deitado no chão da cozinha com a cabeça encostada ao frigorífico enquanto canta, nas suas palavras, "weird melodies". Gosto de pensar que há aqui uma relação de "efeito-causa".

Falar em James Murphy é falar em sons que parecem "quebrar os moldes", fugir ao tantas vezes visto/ouvido com letras que têm tanto de simples como têm de brilhante e que prendem o ouvinte ao som, sem que o próprio chegue a perceber nem como, nem, muito menos, porquê.  Se em Sounds Of Silver tínhamos, por exemplo, "and for those of you who still think we're from england we're not, no. we build our planes and our trains till we think we might die" de "North American Scum", em This Is Happening temos o equivalente "you wanted a hit, but maybe we don't do hits. I try and try, it ends up feeling kind of wrong. You wanted a tough, but is it tough enough? No, nothing's ever tough enough, until we hit the road" de "You Wanted a Hit". LCD no seu melhor.

Como (os que me conhecem) sabem, não resisto a uma boa citação, por isso, aqui fica mais uma:

"I actually want to write a treatise in defence of pretension. I think the word pretension has become like the word ironic – just this catch–all term to distance people from interesting experiences and cultural engagement and possible embarrassment. Pretension can lead to other things. You know, the first time I read Gravity's Rainbow, I did so because I thought it would make me seem cool. That was my original motivation. But now I've read it six times, and I find it hilarious and great and I understand it. You can't be afraid to embarrass yourself sometimes."

Daqui.

_