Depois das anárquicas páginas dos setentas, em que o punk se polvilhou por tudo o que era garagens manhosas e salas de concertos com condições que só Deus sabe, havia quem quisesse sacudir a fase desordeira e esquizofrénica que a música atravessava e esculpia um caminho para o rock alternativo como se de uma cura se tratasse. Ou se calhar não passou de uma natural evolução da coisa, mas achei a frase potencialmente interessante. Sonic Youth, Pixies, Dinosaur Jr., e outros alguns, internavam de vez os Sex Pistols e escreviam as primeiras páginas do indie. Como qualquer livro, este também teve a sua introdução, e a fase dos oitentas chegou quando a acção começou realmente a ter interesse. A Califórnia, mais solarenga e menos barbuda, aligeirava então o peso das guitarras do grunge seatlleano e atirava-se ao rock mais sorridente, mais pacífico. Há quem diga que é a partir do capítulo Pavement que se começa a contar o verdadeiro enredo. E acontece que o capítulo ficou por terminar..até hoje.
Mas é em 2011 que há um regresso a estas primeiras páginas: chamam-se Yuck. Músicos que saem do quarto, que agarram nos acordes infantis de Pavement e Dinosaur Jr., enfiam os seus narizes nas folhas e inspiram de novo aquele cheiro dos oitentas/noventas sem que isso soe a desactualizado. Largam os sintetizadores - como se fosse uma coisa ainda por ser inventada - e desteorizam a sua música revivendo os anos da música simples, sem desenhos abstractos e directa. Curto Yuck, na linha de Pains of Being Pure at Heart, à brava, mesmo sem que tenham recriado ou reinventado o que quer que seja. Agarrados pela independente Fat Possum ( Smith Westerns, Band of Horses, The Black Keys, Wavves, The Walkmen) aí estão eles, com o seu plantel multicultural, acabados de lançar o seu homónimo álbum de estreia, e vale a pena. Mas calma, banda: do cacete; música: assim-assim.
Spit On A Stranger.
Get Away.
1 comentário:
Side Project de Yuck. Muito bom também!
http://www.youtube.com/watch?v=7jfZZfavNew&feature=player_detailpage
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