The last year has been a really trying creative proccess where I've not been knowing what to write or how to write
Robin Pecknold em entrevista à Pitchfork
É um caso sério este Helpnessness Blues. Robin Pecknold e seus eternos companheiros de barba e camisas de quadrados - aliás um código de vestuário tradicional a qualquer músico de Seattle - tinham nas mãos o sempre ver-se-te-avias do segundo disco. Depois do curta-duração Sun Giant e do homónimo estreante, ambos de 2008, a fasquia que Mykonos e White Winter Hymnal deixaram nos últimos três anos não estava propriamente baixa. Como o líder-vocalista da banda chegou a afirmar, daí ter deixado o excerto da entrevista como ponto de partida, não foi fácil enfrentar o fantasma do segundo trabalho, com edição prevista para 2009. Mas felizmente não foi o caso. A possibilidade de fracasso foi morta à nascença ao ser atirada, como single, a raiva guerreira do tema que baptiza o álbum, e desde aí passaram-nos para as mãos a energia engrandecida de Grown Ocean (um bem haja à perspicácia e atenção de Mecas) e para não haver indecisões a amplitude instrumental em marcha de Battery Kinzie.
Moral da história (que vem, sim, a meio do texto): quem dera a muitos darem a volta à questão com um álbum que é possivelmente um dos grandes candidatos às fileiras de cima das afamadas listas de melhores do ano. O folk coral está todo lá, eu diria um pouco mais amadurecido. O espectro angelical alargado a uma maior agressividade, orquestrado pela inequívoca mestria de Pecknold no que diz respeito não só à escrita dos temas bem como a cantá-los. Perto da perfeição. Os Fleet Foxes vão buscar um pouco a tudo - ou a quase tudo, vá - mas conseguem não se parecer com absolutamente nada, e o caso é bicudo, dizia eu no princípio de tudo isto, pois o disco vai correndo à medida que o escrevo e ainda assim não há um consenso sobre que tema fará companhia ao texto. O meu medo de não encontrar um White Winter Hymnal foi ripostado convictamente com 12 temas aos quais consigo apontar as paisagens imaginárias que mais gosto mas sem conseguir determinar o melhor. São todos bons demais, mas porque o verão se aproxima e, mais ainda, se aproxima também o momento inédito em que os Fleet Foxes vão subir a um palco nosso, vai o tema que consegue ser mais solar c'ós outros todos. A propósito desta tarde. Um tema sorridente que vem no seguimento do fado The Cascades e que nos inspira a mesma vontade a todos nós. Sabemos que sim.
Fleet Foxes.
Lorelai.
4 comentários:
Este era o empurrão que me faltava (q rabetice!).
Vou começar a ouvir isto. Ando pa me dedicar a este álbum há meses. Agora ou Nunca!
A Tiger Mountain Peasant Song ficou esquecida neste texto. Um lapso, não duvido, Paintings. lol
Escolhi sem aleatoriedade de cada um dos outros trabalhos dos gajos as que mais curto.
Não foi lapso, Pint. Ouve lá isto com atenção, vale mais do que a pena.
Grande som.
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